domingo, 31 de agosto de 2008

Verão




Te dando conta, no último acorde do verão,

Que a razão não esteve necessariamente ao teu lado nas mais recentes decisões,

Tomas um rumo bem oposto do que te levaria pra casa.

Mas ainda se arma o tempo, ainda chove no teu caminho e te desarma a solidão,

Te martirizas, te amaldiçoas e desacreditas...

Tua fé te deixa e com pena de si, te deixas cair no acostamento da tua vida e tudo se apaga.


Até que um dia amanhece. Com pássaros, com boca seca e o sol batendo,

E juntas ânimo, juntas força, ergues o corpo, segues em frente, para o norte esse daí, que se apresenta,

Tua vida segue adiante e essas pernas que, hoje, são tuas, têm o passo que concebes,

Se enfim tem razão o teu traçado, ainda não sabes, é melhor não arriscar, pois amanhã,

Podes ter outra opinião e jogará, de novo, tudo para o alto.

Por hora, decidiste teu passo,

E se não deste par às tuas pegadas, tua casa é teu próprio sapato,


Pois nada te prende nesse chão, ruma pra onde for,

Afinal, um homem só também faz estação.




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